Houve um tempo em que os vídeos verticais eram considerados as coisas mais esquisitas da internet. As barras pretas verticais que cercavam o vídeo acusavam filmagens amadoras e de baixa qualidade. Hoje já não é mais assim – basta você navegar pelas redes sociais para perceber que vídeos verticais estão se tornando cada vez mais populares.
É interessante ver como as preferências dos usuários mudam. Alguns anos atrás vídeos eram predominantemente horizontais (landscape mode) e vídeos verticais eram atribuídos àqueles que não sabiam filmar, como colocado nesse artigo da Wired de 2013. That’s Not How You Use That: Shooting Video in Portrait Mode. Na época, videos em smartphones ainda eram tratados como extensão da TV ou do cinema, onde a orientação sempre foi horizontal.
Entretanto, visualizar vídeos horizontais via smartphone, requer girar o aparelho e (dependendo do tamanho) utilizar as duas mãos. Isso se tornou altamente inconveniente para o usuário que se acostumou a utilizar o aparelho somente com uma mão. Segundo um estudo do ScientiaMobile de 2019, 82,5% dos usuários de smartphones seguram o aparelho na posição vertical quando acessando vídeos, independente da orientação.
Essa mudança na preferência dos usuários começou a se popularizar através do Snapchat, que forçou os usuários a filmar em modo retrato (vertical) para usar a rede social, empurrando o formato para milhões de pessoas. Facebook e Twitter também permitiram ads na vertical a partir de 2016 e 2017 respectivamente.
O formato vertical ficou de facto aceito como um importante canal de marketing com a popularização do Instagram Stories. Estima-se que, dentre o 1 bilhão de usuários mensais do Instagram (dados de 2019), 500 milhões utilizam Stories diariamente, segundo artigo da Hootsuite. Esse alto nível de engajamento está consolidando o formato vertical como o favorito entre as marcas e os influenciadores nas redes sociais.
TikTok, a rede social que mais cresce entre jovens, também é baseada em vídeos parecidos com os Stories do Instagram.
Para não ficar (muito) atrás, o Twitter lançou recentemente o Fleets, que é um conteúdo temporário em um formato semelhante aos Stories do Instagram. Mais sobre Fleets a seguir.
Os recursos de formato vertical (e.g., Stories, Fleets) são normalmente visualizados em tela cheia, diferente do feed que compartilha a tela com outros conteúdos anteriores e posteriores. O impacto do conteúdo tende a ser maior com a tela cheia, o que leva a um maior engajamento do usuário no conteúdo. Além disso, o tempo de exibição limitado a 24 horas desperta no usuário uma sensação de imediatismo, da necessidade de consumir o conteúdo antes que desapareça, o que aumenta ainda mais o engajamento.
Nos EUA, mais de 70% do número total de empresas do país, já está usando esta plataforma como sua principal plataforma de marketing em mídias sociais. De acordo com HootSuite, o Instagram tem uma taxa de engajamento 120 vezes maior do que o que um profissional de marketing pode atingir no Twitter e 58 vezes maior do que o Facebook.
Stories são fotos e vídeos curtos que os usuários podem compartilhar com seus seguidores por 24 horas (após a postagem), sendo automaticament excluídos após esse período.
Esse formato de conteúdo não aparece nas grades de perfil dos usuários e nem no feed do Instagram, e assim cria a necessidade dos consumidores de seguirem o perfil da marca para conseguir visualizar o conteúdo antes que expire, estabelecendo uma conexão contínua entre a marca e o usuário.
Instagram Stories se tornou tão popular que virou uma ferramenta essencial para empresas de qualquer segmento, pois auxilia a marca a construir uma base sólida para uma estratégia de marketing eficaz . Dessa forma, foram desenvolvidos variados tipos de estratégias de marketing específicas para a plataforma.
Você pode veicular anúncios entre os Stories dos usuários, fazendo com o que o alcance de sua campanha possa se tornar muito maior que seu número de seguidores, e limitado somente pelo budget disponível. Você também pode escolher como projetar seus anúncios da melhor maneira possível, variando suas Calls-To-Action (CTAs) e seus textos, a fim testar o que resulta em maior engajamento e em maior aumento de seguidores.
Os Stories têm duração de, no máximo, 15 segundos, porém o Instagram permite a postagem sequencial de multiplas Stories, para compor um contexto maior.
De acordo com com a pesquisa de tendências de comportamento nos Stories, realizada pela Squid, 24% de todos os Stories publicados pelas marcas fazem parte de uma sequência de Stories. Mas o número de stories em sequência não deve ser extendido arbitrariamente. A mesma pesquisa revelou que a taxa média de engajamento cai em até 30% a partir do quarto story.
As visualizações nos Stories possuem maior valor quando comparado com as visualizações no feed. Para acessar um Story, o usuário precisa ativamente clicar no ícone do Story para ver o conteúdo. Em contraste, visualizações de postagens no Facebook, por exemplo, são contadas assim que a postagem entra na tela do celular, mesmo sem interação nenhuma com o usuário. Para a sua marca, isso significa, que as métricas de visualizações do Stories trazem dados bem mais significativos, representando um real engajamento. Com o Instagram Stories, para ter acesso aos anúncios, o consumidor precisa ser ativo, demonstrar real interesse, clicar e interagir.
O Twitter, que até o momento, era a única rede social que não havia apostado em conteúdos temporários, lançou no dia 4 de março sua nova ferramenta, os Fleets.
O novo recurso, segue o mesmo formato dos Stories do Instagram e Facebook, ou seja, publicações de curta duração que ficam disponíveis por apenas 24 horas.
Embora ainda não esteja disponível para todos os usuários, o Twitter afirmou que disponibilizará o Fleets gradualmente, sendo os brasileiros, os primeiros usuários a terem acesso ao novo recurso.
De acordo com a nota oficial, expedida pelo Twitter, “Uma vez que o Brasil é um dos países em que as pessoas mais conversam no Twitter, com muitos de vocês apaixonados por falar e seguir outros brasileiros na plataforma, estamos animados em testar a nova funcionalidade aqui”, contou a empresa.
A ideia do novo recurso é oferecer uma nova maneira de compartilhar “pensamentos mais rápidos”, ou seja, algo que você, provavelmente, não publicaria para todo mundo ver. Assim, os usuários podem ter um pouco mais de controle sobre o seu público-alvo.
Os fleets tem como foco principal o compartilhamento de conteúdos em textos, com a possibilidade de incrementar com fotos, vídeos ou GIFs. Os Fleets são exibidos no topo da página inicial do Twitter, e qualquer pessoa que visitar o perfil poderá conferir.
Os Fleets, além de desaparecem após 24 horas, também não permitem retweets, comentários ou curtidas. Para responder a um Fleet, o usuário precisa enviar a resposta por Mensagem Direta ou reagindo com um emoji. Segundo o Twitter, testes iniciais indicaram que usuários se sentem mais à vontade para compartilhar pensamentos do dia a dia desta forma.
Confira abaixo o vídeo de divulgação, ensinando os usuários passo a passo como publicar seus Fleets.
Alô alô, testando…
Estamos experimentando uma nova forma de você "pensar alto" no Twitter, sem curtidas, Retweets ou comentários públicos. O nome disso é Fleets. Quer saber do melhor? Eles desaparecem depois de 24 horas. pic.twitter.com/TZEG76zjsA— Twitter Brasil (@TwitterBrasil) March 4, 2020
Abaixo você encontra algumas dicas rápidas que ajudam a entender melhor a dinâmica desse tipo de formato e aprimorar sua estratégia de marketing no Twitter.
A sua estratégia de marketing nas redes sociais deve usar uma variedade de recursos, desde postagens regulares, videos, tweets, e cada vez mais videos verticais em Instagram Stories e Twitter Fleets. Cada tipo de comunicação pode ser mais apropriado a um tipo de canal diferente, e profissionais de marketing auxiliados por ferramentas de monitoramento, podem fazer essa determinação do canal ideal para cada tipo de mensagem.
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